Existe uma fábula atribuída por alguns à um mestre chinês e por outros a um sábio índio, que fala sobre nossa luta interior. Vou optar pela versão do mestre chinês.
“Conta a história que um discípulo foi procurar um mestre. Ao encontrá-lo o interpelou:
– Mestre às vezes me sinto uma pessoa boa, em paz com o mundo e às vezes me sinto mesquinho e egoista. Como vou saber qual destas pessoas eu realmente sou?
O mestre o encarou com a face plácida e o olhar que continha a sabedoria de anos de meditação e respondeu:
– Dentro de mim existem dois cães, um bom e um mal. Os dois são idênticos, nasceram juntos, tem a mesma força, sabem as mesmas coisas, enfim, são completamente idênticos. E os dois estão sempre brigando em meu interior, até quando estou dormindo.
O discípulo olhou para seu mestre com uma expressão de dúvida.Refletiu um pouco e perguntou:
– Mas mestre qual destes cães vai vencer a briga?
O mestre olhou para o horizonte e com um ar solene respondeu:
– Aquele que eu alimentar!”
Essa fábula nos leva a pensar qual dos cães alimentamos diariamente. Eu sei que tento alimentar todos os dias me cão bom. Também sei que meu cão maligno vive faminto e presta atenção em cada movimento meu para poder ganhar qualquer coisa de alimento se eu me descuidar.
E você, qual dos seus cães está alimentando?
Régis Rodrigues